Promover a educação médica continuada e a difusão de conhecimentos na área de Alergia e Imunologia, fortalecer o exercício profissional com excelência da especialidade de Alergia e Imunologia nas esferas pública e privada e divulgar para a sociedade a importância da prevenção e tratamento de doenças alérgicas e imunodeficiências.

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Boletim ASBAI Edição Nº 76 27 de abril de 2023

EDITORIAL | JUNTOS TRAZEMOS MUDANÇAS!

O mês de abril é especial, pois se comemora a Semana Mundial das Imunodeficiências. As mudanças se iniciaram há quase quatro anos, quando a denominação desse grupo de doenças passou a ser ‘erros inatos da imunidade’. Reconhecemos que não somente deficiências imunológicas representam esse grupo, mas abrimos espaço para situações de desregulação, doenças autoinflamatórias, autoimunes e até mesmo a inclusão de fenocópias, isto é, anticorpos contra fatores imunológicos que simulam o defeito primário.

A pandemia motivou o entendimento da relevância do conhecimento imunológico para o diagnóstico, tratamento e prevenção de doenças. A dificuldade de entender como o especialista em Alergia e Imunologia atua foi reduzida e a população reconheceu seu espaço.

Entretanto muitos desafios surgiram e precisam ser divulgados para melhor entendimento. Houve o reconhecimento da necessidade da triagem neonatal dos EII, permitindo o diagnóstico precoce de situações graves como as imunodeficiências combinadas graves. Por outro lado, poucas cidades assumiram a realização do teste do pezinho para os defeitos imunológicos.

O aumento dos pacientes diagnosticados trouxe outros dois desafios à especialidade: o aumento do número de pacientes que se beneficiam com o transplante de células hematopoéticas e a falta de centros para realizar e atender à demanda. A aplicação da vacina BCG antes de obter o resultado do teste do pezinho implica risco de complicações nos pacientes com diagnóstico de imunodeficiência.

Outra consequência da melhora na especialidade é o aumento de pacientes que necessitam reposição de imunoglobulina. Enfrentamos a falta de produto durante a pandemia e que se manteve até pouco tempo atrás. Tal fato demonstrou que somos totalmente dependentes da importação do produto e que não aproveitamos o plasma disponível em nosso país para oferecer o tratamento aos nossos pacientes. A partir dessa situação, houve o estabelecimento da campanha Plasma Já. O Senado discute uma lei de aproveitamento do plasma no Brasil, e devemos nos posicionar pressionando para a mudança de uma realidade tão difícil aos nossos pacientes. Do plasma podemos obter as imunoglobulinas, porém, outros produtos podem ser aproveitados, como o inibidor de C1, albumina e fatores de coagulação.

Resta a pergunta: por que devemos importar produtos quando há a possibilidade de obtermos uma produção em nosso país? As indústrias farmacêuticas já preveem um aumento global no consumo de derivados de plasma, cujo suprimento deverá ser difícil mesmo com a adaptação da oferta.

Assim, a ASBAI, através de seus Departamentos Científicos, está atuando em várias frentes. Os programas educativos se voltaram para a comemoração do Dia Mundial das Imunodeficiências Primárias. A ASBAI, juntamente com o BRAGID, desenvolveu um curso de EII tomando como base casos clínicos e contando com dois convidados internacionais, Dra. Kathleen Sullivan (EUA) e Dr. Waleed Al-Herz (Kuwait). Dessa vez, usamos os recursos on-line, mas já estamos nos preparando para um curso presencial no próximo ano. O Departamento de Ensino a Distância está com uma programação voltada à Imunologia básica, revisando de forma prática a imunidade inata e a adaptativa.

Estamos caminhando com o Departamento de Saúde Comunitária para preparar o fôlder Mitos e Verdades em Imunidade. A parceria com a associação de pacientes Eu Luto pela Imuno tornará acessíveis os livretos de esclarecimentos a pacientes do IPOPI. As vacinas são parte importante na prevenção de doenças. Com o avanço e disponibilização de novas vacinas, faz-se necessário atualizar o conhecimento das indicações em pacientes imunodeficientes. O Departamento de Imunizações está atento e trabalharemos em conjunto para melhorar a cobertura vacinal de nossos pacientes sabendo das indicações e restrições.

Este é um início de ano bastante intenso e não deixaremos de estar presentes nas discussões sobre temas polêmicos, atuando em benefício de nossos pacientes. O Departamento de Políticas Públicas está atento e proporcionaremos discussões para a inclusão de novos medicamentos.

Concluo este editorial chamando a atenção não somente para as propostas que o Departamento Científico de EII se propõe a desenvolver, mas também para que toda a ASBAI atue pela especialidade. JUNTOS TRAZEMOS MUDANÇAS!

*Dra. Anete Grumach é coordenadora do Departamento Científico de Erros Inatos da Imunidade da ASBAI